AUSM promove exposição de artesanato de pacientes do CAPS na Fupac
10 de Maio, 2018
Amanda Pacelli
Participantes do CAPS AD III de Ubá expuseram produtos confeccionados pelos próprios pacientes na última segunda-feira (7) na Faculdade Presidente Antônio Carlos de Ubá (Fupac). O projeto foi realizado pela Associação Ubaense de Saúde Mental (AUSM). A exposição aconteceu durante dois dias.
Da esquerda para a direita: Professor Wagner Inácio de Freitas Dias; Antonio de Oliveira (Paciente CAPS AD lll); Geisa Tavares, enfermeira referencia técnica do CAPS lll; Fernanda Parma, assistente social da AUSM; Josiel Donato (Paciente CAPS AD lll) e Stefano de Oliveira, auxiliar administrativo na AUSM.
Movimentado por voluntários da AUSM, os membros do CAPS promoveram a venda de itens como caixas decorativas, bloquinhos, panos de prato, chaveiros e outros, e dessa vez com grande destaque para o livro Colcha de Retalhos do paciente e “aprendiz de poeta” José Renê.
Um dos objetivos da iniciativa foi mostrar o trabalho dos usuários, que desenvolvem os produtos durante as oficinas de arte. As obras surgem a partir da criatividade dos próprios membros. Há uma professora que instrui sobre artesanato, mas o resultado final é fruto da vivência e sensibilidade de cada paciente, segundo os coordenadores.
As artes são feitas com jornal, MDF e outros: tudo feito com material reciclado.
Josiel Donato, um dos pacientes, contou que faz diversas artes e é paciente há 7 meses "[...] os funcionários me tratam muito bem, têm a paciência com a gente que as pessoas na rua não têm [...] eles são muito especiais e ajudam a gente com grandeza, nos acolhem, eu tive um grande reconhecimento e estou quase saindo para poder trabalhar" comemora.
Segundo Josiel, há todo um trabalho psicológico com os membros do projeto "Eu continuo no leito mas estou sentindo que eles "vão me soltar" para trabalhar e me acompanhar depois, verem que estou indo bem e ganhando a confiança dessas pessoas que parecem que realmente nasceram para ajudar a gente. Eles estão me reeducando e estou firme no tratamento" se emociona.
Geisa Aparecida Tavares, enfermeira no Caps D3 conta que eles trabalham com pacientes dependentes de substâncias ilícitas e lícitas, e que, entendem que não basta apenas oferecer um tratamento médico e daí vem a importância de realizar essas exposições "É necessário ter as oficinas terapêuticas, a reinserção social, e a gente consegue fazer isso como? trazendo eles para a sociedade, universidades, prefeitura, câmara; mostramos assim que eles têm sim capacidade de produzir, o que faltou a eles muitas vezes talvez tenha sido oportunidad [...] o que nós fazemos é mostrar e ofertar a eles outras qualidades de vida" explica.
Ela conta que é uma fala deles quando dizem que gostam de fazer o artesanato "eles dizem que se não tivessem essa recreação não ficariam lá, porque eles têm um tratamento terapêutico individual então é a hora do lazer [...] eles falam que a gente ensina, mas a gente não ensina, apenas buscamos aflorar neles o que já têm como dom".
Além do momento de artesanato dentro do CAPS, há oficinas de poesia, escrita, futebol, conhecimento, beleza, volta à escola, temos inclusive, pacientes que já voltaram para a escola assim como outros que já voltaram a trabalhar, voltaram para a família e isso para a gente é muito gratificante" conta Geisa.
Segundo a Coordenadora de Projetos da AUSM, Sonia Márcia de Abreu, o movimento é completamente voluntário e independente de serviços públicos “[...] nós trabalhamos projetos de inclusão social através da arte, da exposição do artesanato para os pacientes que estão em tratamento mental ou uso abusivo de drogas no município de Ubá [...] é um movimento que fazemos com apoio das faculdades, amigos e patrocinadores” conta.
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